Vetor de investidor com laptop no colo

Renda Fixa: o que é e como funciona?

Qualquer investidor que se preze deve entender um pouco sobre renda fixa, mesmo que seu foco principal seja no mercado de ações. Afinal, ele precisa ser capaz de compreender onde destinar seu capital da melhor maneira, a depender do momento de mercado, visto que os investimentos estão estritamente ligados ao conceito de custo de oportunidade.

Em certos períodos, surgirão oportunidades na renda fixa com taxas de retorno atrativas e baixo risco, podendo tornar essa classe de ativos mais interessante do que o mercado de renda variável. E engana-se quem acredita que a renda fixa é um conceito simples.

Tendo isso em vista, explicaremos nesse artigo os conceitos básicos desse tipo de investimento e iremos demonstrar por que, na verdade,a renda fixa não é fixa.

O que são títulos de renda fixa?

Títulos de renda fixa são como um empréstimo. O emissor desses títulos (instituições financeiras, empresas ou governos) aceita tomar dinheiro emprestado de pessoas e empresas, pagando juros em troca dessa operação na data de vencimento.

Nessa data o emissor deve pagar ao investidor a quantia emprestada acrescida dos juros acordados previamente. 

Os juros que o emissor do título concorda em pagar anualmente para o investidor são chamados de taxa nominal. Esse valor multiplicado pelo dinheiro aplicado pelo investidor (principal) fornece o montante final a ser recebido.

Por exemplo, uma taxa de 10% ao ano, com valor do principal de R$1000,00, gerará um pagamento anual de R$100,00, totalizando R$1.100,00 reais no final do período.

Vantagens da renda fixa

  • Segurança: a maior parte desses títulos são cobertos pelo governo ou grandes instituições financeiras. Logo, o risco de não pagamento é baixo. Mesmo assim, caso ele não ocorra, alguns ativos são assegurados pelo FGC.

  • Liquidez: parte dos ativos de renda fixa possuem liquidez diária, ou seja, por mais que haja um comprometimento de rentabilidade, podem ser resgatados a qualquer momento.

  • Acessibilidade: há títulos públicos que possuem R$30,00 de valor mínimo de aplicação. Assim, até as pessoas de menor poder aquisitivo podem investir nessa classe de ativos.

  • Diversificação: ativos de renda fixa podem gerar rentabilidade em momentos de incertezas do mercado variável.

  • Rentabilidade: o rendimento já é conhecido no momento da aplicação.

Desvantagens da renda fixa

  • Carência: alguns investimentos possuem prazo de carência, em que fica impossibilitada a solicitação de resgate antecipado.

  • Taxas: Imposto de Renda (IR), IOF e taxa de custódia são algumas das taxas/tributos que podem incidir sobre os rendimentos.

Modalidades

Os títulos de renda fixa ainda são divididos de acordo com o critério para o pagamento de juros, separado em prefixados, pós-fixados e híbridos.

Prefixados

Os investimentos prefixados possuem um rendimento fixo, já estipulado na sua data de vencimento. Assim, caso o investidor segure o título até tal data, irá receber a rentabilidade contratada. Porém, parte desses títulos possuem uma ferramenta chamada marcação a mercado.

Todos os dias, as negociações realizadas interferem no valor da taxa. Em momentos em que o mercado precifica maior risco no ativo, as taxas sobem, e vice-versa. Os preços dos títulos atuam de maneira contrária às taxas: quando elas sobem, os preços caem; quando caem, os preços sobem.

Por exemplo, digamos que o preço do título será de R$1.000,00 após o período de um ano e a taxa contratada foi de 10% ao ano. Dessa maneira, o título custou R$909,09 (pois R$909,09 + 10% = R$1000,00). Por outro lado, se a taxa for de 15% ao ano, o preço do título teria que ser de apenas R$869,56 para atingir os mesmos R$1000,00 no período de um ano.

Assim, é possível compreender como o preço dos ativos prefixados variam com as taxas de juros. Exemplos dessa classe de títulos são: Tesouro Prefixado, CDB Prefixado e Debêntures Prefixadas.

Pós-fixados

Os investimentos pós-fixados possuem sua rentabilidade atrelada a algum índice de mercado (Selic, IPCA, IGP-M etc). Logo, quando esse índice varia, a taxa do investimento também varia. Essa variação os caracteriza como sendo não fixos. 

Explicando de maneira análoga: a economia nacional compreende todo o mar e o investimento em questão é uma boia. Caso a maré suba, a boia subirá junto; caso a maré desça, a boia irá acompanhar seu movimento.

Não sabemos exatamente o valor dos rendimentos que teremos ao aplicar em títulos pós-fixados, mas sabemos que, de alguma maneira, aquele investimento irá refletir o cenário econômico no momento do resgate. Exemplos dessa classe de títulos são: a Caderneta de Poupança e CDB 100% do CDI.

Híbridos

Tem-se ainda os títulos híbridos, que são a união do prefixado com o pós-fixado. Nesses títulos, uma parte da rentabilidade é estabelecida no momento da aplicação e a outra parte é atrelada a um índice econômico ou a uma taxa de referência. Exemplos dessa classe de títulos são o Tesouro IPCA+, LCIs e LCAs IPCA+.

Conclusão

Para se considerar um investidor completo, é essencial conhecer profundamente os ativos de renda fixa e o conceito de marcação a mercado. Essa classe de ativos não deve ser ignorada ou vir à tona somente em períodos de alta de juros, como geralmente ocorre.

O fato de a incerteza em relação ao futuro existir não deve servir como obstáculo para abrir mão de realizar bons investimentos. Na verdade, é motivo para buscar entender cada vez mais sobre os produtos disponíveis no mercado e estratégias a serem adotadas, a fim de realizar as melhores escolhas possíveis.

Compartilhe o conteúdo!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *