Diversificação de investimentos: o que é e como fazer?

Muito se fala sobre diversificação de investimentos, afinal ela é uma grande aliada na hora de diminuir riscos e potencializar ganhos a longo prazo. Se você investe, com certeza já ouviu falar nesse termo, mas você sabe qual a importância da diversificação para a sua carteira? E como colocá-la em prática de forma eficiente?

O que é diversificação de investimentos e qual sua importância?

A diversificação serve para diminuir seu risco sem proporcionalmente prejudicar a sua rentabilidade.

Como disse o ganhador do prêmio Nobel Harry Markowitz, “a diversificação é o único almoço grátis do mercado financeiro”.

Ao investir todo o capital em uma única empresa, por exemplo, corre-se o risco de ela não performar bem ou até mesmo falir – e então perder o dinheiro. No entanto, ao comprar ações de várias empresas, a chance de todas elas terem uma performance ruim no longo prazo ou de falirem é muito mais baixa. Isso é chamado de diluir o risco não sistêmico dos ativos.

gráfico de risco por número de ações na carteira

Dessa forma, percebe-se que o risco de um portfólio de ações pode ser definido como a soma entre o risco sistêmico e não sistêmico.

Risco não sistêmico

O risco não sistêmico é o intrínseco de cada ação, ou seja, a chance de o modelo de negócios da empresa não ser mais viável; de ocorrer algum escândalo de corrupção na diretoria e as ações despencarem; de a empresa perder sua fatia de mercado para os concorrentes; de o setor se tornar ultrapassado; etc..

Esse risco é diversificável a partir de um certo número de ações na carteira, visto que é individual e específico. Pelo gráfico, observa-se que diminui gradativamente enquanto se adicionam mais ativos, até se aproximar de zero.

Risco sistêmico

Já o risco sistêmico tem relação com a classe de ativos – nesse caso, das ações. Como é mostrado no gráfico, ele permanece presente independente do número de empresas compradas.

Um exemplo é a crise do coronavírus: em março de 2020, praticamente todo o mercado de ações no mundo caiu em razão de uma crise de liquidez e temores em relação à economia. A diversificação não te salva desse risco: se sua carteira fosse só de ações, não importa quantas ou quantos setores você tinha, provavelmente experienciaria uma queda nessa ocasião.

No entanto, o risco sistêmico também pode ser diversificável, em parte, pelo investimento em outras classes de ativos, como renda fixa, imóveis, minerais metálicos e commodities, criptoativos, entre outros.

No caso da crise da Covid-19, quem tinha reserva de oportunidade em dólar se deu muito bem, visto que é uma moeda considerada segura pelo mundo e mais demandada em tempos de incerteza: seu valor subiu em relação a moedas de países emergentes enquanto o preço das ações despencou.

Construindo uma carteira diversificada

Mas então, como diversificar a sua carteira? 

Precisamos pensar na alocação entre as diferentes classes de ativos existentes. Tanto a adição ou exclusão de alguma classe, assim como as porcentagens definidas para cada uma, são individuais de cada investidor: dependem do apetite a risco de cada um e do prazo do investimento, por exemplo.

Dentro de uma carteira de ações, é importante avaliar a concentração excessiva em setores, moedas e regiões. Não é inteligente investir em um único país ou setor e correr riscos não sistêmicos desnecessários se é possível diluí-lo.

Além de diminuir esse tipo de risco, essa estratégia também é interessante porque diminui a correlação entre os ativos de um portfólio. Se a correlação é alta, esses tendem a sofrer e performar bem juntos. Já entre papéis pouco correlacionados, durante correções de um deles, outros podem amenizar ou até mesmo compensar prejuízos.

ETFs como modo de diversificação

Uma maneira muito simples de aplicar a diversificação é por meio dos ETFs, Exchange Trade Funds. Eles são fundos amplos que investem em dezenas ou centenas de empresas: o que por si só já elimina muito dos riscos específicos e individuais. Dois exemplos são: o BOVA11, que segue o índice Bovespa, e o IVVB11, que acompanha o índice S&P 500. Eles investem nas principais ações do Brasil e dos Estados Unidos, respectivamente. Para uma alocação neutra global, que diversifica o risco entre países e regiões, uma opção é o WRLD11.

Gráfico representando a diversificação setorial do índice S&P 500.
Gráfico representando a diversificação setorial do índice S&P 500. Fonte: etfdb.com.

Outro fato a ser apontado é o seguinte: quanto mais você diversifica, mais o seu retorno se aproxima da média do mercado. Isso não é necessariamente ruim: historicamente a performance da média do mercado de ações superou com folga a inflação e qualquer classe de investimento no longo prazo.

No entanto, se você busca retornos acima dessa média, talvez faça sentido se expor a determinados fatores de risco ou a uma menor quantidade de ações. Diminui a diversificação, mas pode ampliar seus lucros. Isso acontece porque o mercado tende a premiar certas unidades de risco tomadas (provavelmente acarretando em maior volatilidade).

Assim, fica evidente a necessidade da diversificação para a construção de uma carteira segura para o longo prazo, a fim de diminuir a relação entre o risco e o retorno, além das diversas estratégias existentes para diversificar da maneira mais eficiente possível. Dessa forma, nossa jornada nos investimentos poderá ser cada vez mais tranquila e rentável.

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